Se seu
coração é exigido com frequência quase diária e por uma duração média acima de
uma hora, são boas as chances de ele crescer. Exercícios aeróbicos e cíclicos,
como por exemplo, corridas de longa distância, ciclismo, natação, triathlon, remo e futebol,
são apontados como os mais comuns na lista dos que provocam o “coração de
atleta”.
Na
prática destas atividades o coração realmente cresce, embora não aconteça de um
dia para o outro. Uma das alterações mais comuns o aumento da espessura da
parede do coração, conhecido como hipertrofia do músculo cardíaco.
Essa
adaptação é acompanhada da dilatação da cavidade do coração, especialmente do
ventrículo esquerdo, que já é mais espesso por ser responsável por bombear
sangue para praticamente todo o corpo.
Geralmente,
essa hipertrofia se dá de maneira simétrica no coração de atleta. Nos casos de
cardiopatias, o resultado costuma ser diferente, promovendo crescimentos
assimétricos relacionados a doenças que podem levar à morte súbita.
É
importante destacar também que o coração de atleta mantém suas funcionalidades
intactas. Na verdade, ele é até mais eficiente do que o coração de uma pessoa
sedentária, por exemplo.
“O
coração de atleta é muito mais eficiente porque é uma adaptação que precisa ser
feita para melhorar a performance. O coração tem um batimento mais eficiente,
com maior volume de sangue bombeado e menor quantidade de batimentos cardíacos
por minuto”, explica Nabil Ghorayeb, cardiologista e médico do esporte do HCor
(Hospital do Coração).
Essa
característica, inclusive, é a responsável por uma das adaptações fisiológicas
mais comuns no “coração de atleta”, chamada bradicardia, que define quando os
batimentos cardíacos são inferiores a 60 por minuto em repouso. Como esse
coração é mais eficiente, ele precisa bater menos vezes para transportar o
sangue necessário aos músculos e demais órgãos.
“E o
coração bate mais lentamente também para o atleta não atingir seu limite
durante uma atividade esportiva”, complementa Ghorayeb, citando outra vantagem.
No
entanto, como algumas dessas características também podem estar relacionadas a
doenças cardíacas, diagnósticos errados confundindo coração de atleta e
cardiopatias são comuns, segundo o cardiologista. “É muito difícil dizer se as
adaptações indicam ou não uma doença, por isso é preciso fazer vários exames,
levantar o histórico esportivo do atleta, saber quais modalidades ele
pratica.”
Há,
também, casos em que uma pessoa tenha o coração de atleta por praticar esportes
e, ainda assim, apresente alguma cardiopatia. Por isso, se uma pessoa tiver
algum desses sintomas durante a prática esportiva:
· Falta de ar muito forte
· Tonturas
· Dor no peito
· Desmaio
Deve
interrompê-la imediatamente e procurar um cardiologista, de preferência ligado
à área esportiva.
Uma
recomendação comum orientada por médicos em casos de suspeitas de cardiopatias
é fazer um período de repouso, sem nenhum tipo de atividade, como por exemplo o
destreino, onde as adaptações fisiológicas do coração de atleta regridem.
Além
disso, alguns exames também são indicados, pois podem confirmar que os sintomas
eram apenas alterações benignas resultantes do exercício.
*Por
Alexandre Sinato
Fonte: ativo.com
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